* A algum tempo, através do movimento de "Danças Circulares da Amazônia" tive a grande chance de conhece essa jornalista e arteducadora Déa Melo. Com seu jeito simples e encantador, e dos poucos e grandes momento vivido em atividades educacionais. Pude sem sombra de dúvidas acreditar um pouco mais na existência e dos reais motivos de estamos aqui?
Para confirma o que estou dizendo, de forma politíca e com uma visão humanista Déa Melo descreve sua opinião ao fato triste e lamentável ocorrido com o casal sindicalistas, que por um motivo e por acreditar em um outro mundo possível. Perderam suas vidas, pelas maõs de uma minória, porém, capaz de mortizar uma legião.
Por: Déa S Melo
Quem é Maria e quem é José, estampados nos meios de comunicação desta semana, como mais duas vítimas da violência nos campos da Amazônia?
Quem são e serão as tantas outras Marias e Josés que não morrem pelas mãos ou pela “ordem” do poder do capital, porque se rendem a esse poder e trocam suas terras, seus corpos e suas almas por nada e vão para as margens das grandes cidades tentar sobreviver e se adaptar à sedutora esquizofrênica dança do consumo e do des-envolvimento?
Neste Séc XXI, vivemos no limiar entre uma Pan-Amazônia “gigante pela própria natureza “ - que inclui povos e culturas; como diz o hino nacional; e um território-alvo de mortes anunciadas – de pessoas, de culturas,.de ecossistemas.
Um cenário de guerra fria que em síntese, envolve política e relação integral com a vida, num ambiente aparentemente pacífico, mas exibe no palco sem censura, um futuro irreverssivelmente catastrófico, agora!
Como revelar, reconhecer e fortalecer mais, muito mais Marias e Josés,no campo e também na cidade? Pessoas que dissolvem naturalmente as fronteiras entre Natureza/Cultura, Razão/ Imaginação, e são verdadeiros guardiões e guardiãs dessas terras? Como estimular sujeitos no processo de consciência de si – de “iguais na diferença?
A falta de comprometimento com o próprio ambiente, com os valores e saberes ancestrais em diálogo com o conhecimento científico, com as artes – linguagens humanas, apontam para um abismo existente entre os povos originários e tradicionais e a educação formal, não formal e organizações governamentais e não governamentais, com raras exceções..
A sociedade gera problemas para si mesma e se vê obrigada diante do inquietante confronto com a autodestruição. Uma crise do ser no mundo, que se manifesta em toda sua plenitude nas dimensões intima e publica, cada vez que acontecem fatos como os de Maria e José, assassinados há dois dias em Nova Ipixuna/PA,
A essência dessa crise ambiental, cultural, educacional e política atual é a incerteza, com a necessidade de redefinir padrões do pensar - fazer – ser - conviver; de desenvolver práticas educativas pautadas por um paradigma, que aponte para ambientes pedagógicos e atitudes reflexivas em torno de uma problemática que envolve ambiente, cultura, educação, comunicação, política e espiritualidade, não separadas mas em diálogo e conexão entre si.
Em tempos de megabytes, de informação bombando mentes e corações à velocidade da luz, a educação pelas linguagens humanas assume cada vez mais uma função transformadora, por meio da qual o educador e a educadora também são comunicadores, capazes de gerar informação humanizada, mediar conflitos e criar propostas pedagógicas interativas e dialógicas, focadas em comportamentos, atitudes, afirmação de valores humanos, desenvolvimento de competências e revelação de talentos inerentes à sustentabilidade e à livre comunicação entre as ciências sociais e exatas.
O luto e a indignação por José Cláudio e Maria do Espírito Santo, podem se tornar o impulso necessário, para a reeducação do olhar, do sentimento e da ação na e para a Amazônia, a Pan-Amazônia e o planeta, que para José e Maria, sempre começava no quintal de casa.
Belém - Pará - Amazônia - Brasil, 26 de Maio de 2011
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* Déa S Melo é Jornalista - Comunicadora Social - Arteducadora.
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