15 de julho de 2013

Pelo Dia do Homem!

*Para quem não sabe, agora fique sabendo!

O Dia do Homem é comemorado no Brasil, desde 1992, em 15 de Julho, por iniciativa da Ordem Nacional dos Escritores. Um dos co-fundadores, Edson Marques, pretende que se altere o nome para Dia do Homem Livre.
Em 19 de Novembro e comemorado o Dia Internacional do homem iniciadas em 1999 pelo Dr. Jerome Teelucksingh em Trinidad e Tobago, apoiadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) , e vários grupos de defesa dos direitos masculinos da América do Norte, Europa, África e Ásia.


*Para celebrar essa data, pois, também como homem mereço ser lembrando nem que seja em um dia. Sei que não ganharei presentes ou acessórios coloridos e brilhantes. Mas deixo esse poema que retrata a importância de ser homem *MACHO! ^^.


O Macho

O macho não é menos a alma,
nem é mais:
ele também está no seu lugar,
ele também é todo qualidades,
é acção e força,
nele se encontra
o fluxo do universo conhecido,
fica-lhe bem o desdém,
ficam-lhe bem os apetites e a ousadia,
o maior entusiasmo e as mais profundas paixões
ficam-lhe bem: o orgulho cabe a ele,
orgulho de homem à potência máxima
é calmante e excelente para a alma,
fica-lhe bem o saber e ele o aprecia sempre,
tudo ele chama à experiência própria,
qualquer que seja o terreno,
quaisquer que sejam o mar e o vento,
no fim é aqui que ele faz a sondagem.
(Onde mais lançaria ele a sonda,
senão aqui?)

Sagrado é o corpo do homem
como sagrado é o corpo da mulher,
sagrado — não importa de quem seja.
É o mais humilde numa turma de operários?
É um dos imigrantes de face turva
apenas desembarcados no cais?
São todos daqui ou de qualquer parte,
da mesma forma que os bem situados,
da mesma forma que qualquer um de vocês:
cada qual há-de ter na procissão
o lugar dele ou dela.

(Tudo é uma procissão,
todo o universo é uma procissão
em movimento medido e perfeito.)

Saberão vocês tanto, de si mesmos,
que ao mais humilde chamem de ignorante?
Consideram-se com todo direito a uma boa visão
e a ele ou ela sem nenhum direito a uma visão?
Acham então que a matéria se fez coesa
na inconsistência em que flutuava
e que a crosta subiu e se fez chão
e as águas correm e brotam as plantas
para vocês, só — para ele e ela, nada?

Walt Whitman, in "Leaves of Grass
1819 // 1892 Poeta

14 de julho de 2013

Estresse expiatório de segurança privada.

*Sobre um honório caso de perturbação social causado pelo estresse expiatório de segurança privada. Numa escravidão moderna do século XXI. \O/!



Por: Fernando Gurjão Sampaio (Via facebook)
Autorizado.

Hoje, sábado, eu e minha mãe resolvemos ir ao Shopping Boulevard fazer pouca coisa e coisa rápida. Eu compraria algo que já havia escolhido, ela trocaria um anel.
Já na chegada, no subsolo do shopping, minha mãe avista uma vaga reservada para idosos. Como ela é idosa, seus 67 anos bem vividos, me pediu para estacionar ali.
Já na embicada do carro percebi um homúnculo segurança, ou orientador de estacionamento, o qualquer coisa do gênero, se dirigindo com olhar raivoso na minha direção.
Como só me via, não via minha mãe ao lado, esperei a informar sobre a vaga reservada, o que de fato aconteceu, mas não bem da forma que eu pensava. Quase em grito ele falou: "Essa vaga é para idoso!" Tentando não me irritar com o tom grosseiro do senhor, informei: "Estou com uma idosa aqui."
Desconfiado, ainda com cara de poucos amigos, o homem botou a cara pela janela e, ao verificar que de fato havia uma idosa, resolveu me sair com essa: "Mas a vaga de idoso só pode ser ocupada por idosos cadastrados na prefeitura, com licença e adesivo no carro!!"
O homem teve tanta certeza do que disse que até pensei, por um segundo, "droga, to errado..." Mas não, eu não estava errado!!!  Eu estava com uma idosa no carro, numa vaga reservada para idosos de acordo com o Estatuto deles... Além disso, a sempre falar mais alto, a real condição de idosa da minha mãe facilmente comprovada por qualquer documento.
Enquanto o homem berrava e eu pensava, resolvi pedir um "com licença" e fechar o vidro, e assim fiz. Estacionei bonitinho, ainda com o homem ao lado do carro decidido a não me deixar estacionar ali.
Já fora do carro, ainda escutando a ladainha grosseira de que não poderia estacionar ali se não tivesse registro na prefeitura, licença e adesivo no carro, o homem me solta mais uma boa: “o senhor não está com um idoso e só pode deixar o carro nestas condições”.
Já bastante irritado, perguntei se ele me chamava de mentiroso, se eu realmente não estava com uma idosa, mas ele não respondeu e continuou a falara sobre as tais condições. Respondi que a vaga de idoso é prevista no Estatuto do Idoso, é benefício de lei e que nada pode estar acima disso, muito menos autorização de prefeitura e adesivo, ou mesmo a tal absurda licença. Por fim, resolvi completar dizendo que sabia do que estava falando, pois era advogado e estava estudando isso ontem de noite mesmo.
Aí degringolou... Ao ouvir que eu era advogado, o bom homem respondeu: "É um otário!"
Parti para cima do homem, mas só consegui dar um empurrão bem dado... Antes que pudesse notar, o homúnculo segurança já havia corrido mais do dez Bolts, o que me fez parar para pensar na falta de políticas públicas voltadas para o esporte no Brasil. Quantos talentos desperdiçados e ali estava um deles. Num piscar de olhos o fulano já estava longe.
Nestas horas são engraçadas as frases de efeito que surgem: "Tu és homem para me chamar do otário, mas não é homem para aguentar as consequências?" eu gritei frase digna de qualquer Os Mercenários das locadoras.
Caladinho, o cara resolver voltar na nossa direção, mas dessa vez colocou a mão na cintura como fazendo menção de sacar uma arma. Novamente os pensamentos... "MEFU, agora vou levar um tiro, tudo por causa de uma vaga de idoso", e mais preocupado ainda fiquei quando vi minha mãe se colocar na minha frente para evitar o que ela também achava que era tiro.
Mas ele não estava armado, era só um blefe, acho que tentativa de nos fazer correr e se safar da situação. E como não corremos, e como ele não estava armado, continuou de longe gritando um bando de coisas que nem lembro agora. Enquanto isso minha mãe gritava: "Tu estás armado??? Tu vais atirar no meu filho???"
Ele então se lembrou do rádio e começou a chamar a patota dele - ou o que ele achava ser a patota dele. Chamou deus e o mundo, meia dúzia de solicitações de resgate, pois estava sendo agredido por um cliente (Como, se ele não parava quieto e corria mais do que eu!?).
Minha mãe, já chateada, me pegou e pediu para irmos embora, mas eu realmente queria ver o que faria o reforço chamado por aquele cara-pálida. Nisso o homúnculo vinha se aproximando, mas ainda ressabiado, e com os pés virados que nem um curupira, pronto para correr se fosse necessário. Mais uma vez eu afirmei: "Vou ficar aqui, quero ver o que vão fazer comigo! Não sou bandido!!"
Aí o bonito soltou outra pérola: "tu és uma besta!"...
Agora sim... Agora sim eu ia caçar aquele homem no céu e na terra... Ele podia correr mais do que eu, mas eu ia conseguir pegá-lo e brigar com ele, coisa de machão mesmo brigando na rua, estava nem aí, cabeça já quente sendo ofendido e desrespeitado sem nenhuma razão... E quando me preparei para pegar impulso... E quando ele já corria longe diante da minha ameaça... Um braço me segura sem grosseria, nem nada, e de forma gentil e calma me fala: "Senhor, não faça isso. O senhor tem toda a razão, mas não faça isso."
Era o supervisor do cheiroso, logo vi pela roupa. Enquanto ele fala isso, gritava em pleno pulmão para o fulano sumir e calar a boca, para voltar para a base e calar a boca, mas o fulano não fazia isso. Mais me xingava de otário, de covarde e de idiota.
Chegaram mais seguranças, mais supervisores, mais senhores de paletó e mais segurança, e nem sabia que havia tanto segurança assim no Shopping Boulevard...
Com sua patota lá, ou o que ele achava ser sua patota, misteriosamente o fulano mudou de atitude e quis partir para quebrar minha cara perguntando se eu era homem para tentar bater nele - mas aí já tinham três seguranças... Segurando a ele, então não consegui entender bem a efetividade daquela valentia. Quando não tinha ninguém para segurá-lo, ele corria de mim; quando tinha gente para segurá-lo, ele se jogava que nem onda em rochedo... Vai entender.
Por fim, "elas estão descontroladas!": o cara gritava, falava mal,  me chamava para porrada e tudo o mais, tudo em bem pensada contenção dos três seguranças... Ainda tentei ir lá pegar ele, mas um segurança também me barrou a passagem, mas realmente de forma bem educada.
No final, tinha tanta gente o mandando calar a boca e voltar para a base, acho que era base, mas ele estava tão descontrolado, que um dos seguranças meio que deu um mata-leão no amigo e levou ele dali.
Tenho minhas restrições com o Boulevard, e basta citar minha afilhada atingida na cabeça por uma grade de ventilação e despachada pela administração do Shopping com um ovo de Páscoa e o "do táxi" - ao menos houve a oferta descabida.
E apesar de ser um preposto do shopping que fez tudo aquilo, os demais senhores que chegaram foram extremamente educados e solícitos. Um deles, ao menos, via parte de situação e relatava aos demais sobre o erro do destemperado. Pediram desculpas, mil desculpas na verdade, e explicaram que não podem ser punidos pelo erro de um desequilibrado - apesar de que podem sim. Ofereceram-me gratuidade no estacionamento, mas deixando bem claro que não era uma forma de resolver as coisas ou de me agradar, mas somente para mostrar sua boa-fé...
Pois bem... Depois das mil desculpas, seguidas de mais duas mil desculpas, fomos acompanhados até quase metade do shopping por um dos engravatados, sempre bastante educado e envergonhado pelo acontecido.

Disso tudo, algumas lições:
1. Senhores lojistas - treinem seus funcionários! Isso pode significar mais gastos e menos lucros, mas evita tantos problemas... Acreditem!!!  Como pode um shopping como Boulevard, "o melhor de Belém", permitir que um sociopata cuide do estacionamento e trate com clientes. Lembrem-se do Chico Buarque e seu Ministério do Vai dar Merda. Não custa nada.
2. Minha mãe precisa saber envelhecer!!!  Que história é essa? Quase 70 e quase sem rugas? Sem cabelos brancos aos 67 anos!!!?? Não Pode!!!!  Minha mãe precisa urgentemente se entravar, usar bengala e embranquecer os cabelos... E ter mais rugas, da forma que for, nem que seja por meio de plásticas. Velha abusada!!!

10 de julho de 2013

Terruá Pará. Protesto!

A amostra #Terruá Pará de Música em sua 9ª etapa das seletivas que irá selecionar 12 artísticas para festival de música. Foi marcado por protestos de artísticas que fazem teatro, dança, artes plásticas, cinema...da grande metropole de Belém do Pará!

Em um caloroso discurso o diretor e ator Alberto Silva leu a carta/manifesto pontuando os desejos e melhorias para a área da cultura em nosso estado!



O artigo a seguir foi elaborado pelo repórte Anderson Araújo do Jornal O LIBERAL.


Belém é uma cidade de artistas. Confira aí quantos músicos, atores, artistas plásticos, fotógrafos e gente do audiovisual você conhece. É provável que você conte pelo menos um. Eu conheço uma porção.

Contraditoriamente, Belém é também uma cidade que não é raro ouvir por aí "não tem nada pra fazer nessa cidade". Uma penca reclamando de falta de programações culturais e toda uma cultura de divertimento e distração baseada em dois verbos: sair e beber. O belenense enche cada vez mais a cara para se desligar da rotina estressante de trabalho, porque os bares, aos trancos e barrancos, continuam sendo um espaço minimamente democrático de refúgio.

Mas se Belém tem tantos artistas por que não tem uma vasta programação cultural? Por que nos últimos anos não surgiram espaços públicos para serem efetivamente usados? Por que aqui não há programações regulares ao ar livre como a gente vê Brasil afora, como no Parque do Ibirapuera em São Paulo? Por que os nossos artistas, que são tantos e de boa qualidade, dificilmente conseguem promover grandes eventos por conta própria? Por que a periferia é estigmatizada pela violência e não pela produção de arte? É normal que seja assim, adolescentes negros ou pardos e pobres se matando entre si?

As perguntas são muitas e poderiam ocupar todo esse post. Já as respostas começaram a boiar ontem justo na menina dos olhos em promoção artística do Governo do Estado, a Mostra Terruá, sintomaticamente produzida pela Secretaria de Comunicação Social e não pela Secretaria de Cultura. Um grupo expressivo e representativo de artistas tomou o palco do Teatro do Centur em uma invasão histórica para meter o dedo na ferida de quem deveria estimular a produção de cultura no Pará, mas não o faz.

As reclamações são conhecidas. Tão conhecidas que já estão empoeiradas, já fizeram aniversário: democratizar os bens culturais e parar de gastar dinheiro com eventos, mas sim promover a cadeia produtiva da cultura no Estado; incluir os artistas nos órgãos que deliberam verbas para o setor; reformular as leis de incentivo que beneficiam muito mais as empresas do que a classe; dar acesso a espaços nobres, como os teatros, para que os artistas possam apresentar seus trabalhos; enfim, fazer políticas culturais que sejam para todos e não para uns poucos.

O diretor e ator Alberto Silva leu a carta tremendo de comoção e teve um coro grande atrás com gente do naipe de Edyr Augusto, Zê Charone, Danilo Brachi, Edmar Souza, Lívia Conduru, Adriano Barroso e tantos outros que não estão nessa estrada há pouco tempo. São artistas que vivem da sua arte ou equilibram seu tempo para não se afastar dela. São pessoas que tem qualidade pelo trabalho que fazem, muitos premiados e escolhidos em editais públicos nacionais, muitos empreendedores que tiveram que construir seus próprios espaços para se apresentar como artistas. Não era qualquer um. Não eram aproveitadores.

Foi um ato de coragem invadir o Terruá e invadir da forma que foi invadido. A simpaticíssima e democrática Beth Dopazzo até ofereceu um espaço no começo da programação para eles falarem, mas eles sabiamente fizeram cara de paisagem, como se o assunto não fosse com eles. Era o Estado oferecendo um naco dentro da programação oficial "para os artistas que queriam protestar". Protesto agendado não é protesto. Quando Dopazzo achou que estava tudo bem, a turba invadiu com suas faixas: "Chega de ópera e Terruá: democratizar a cultura já" e "Não vou sair, tá mal aqui, mas vai mudar".

Deram o seu recado e foram aplaudidos e complementados pela plateia, que se sentiu à vontade para gritar inclusive "tem que acabar a panelinha do governo". Dopazzo ao final, sem entender bem a movimentação, falou que o Terruá é uma mostra feita através de edital público, o que é totalmente verdade. Ficou parecendo que os manifestantes eram uns recalcados, só pra usar uma palavra da moda.

Mas será que o protesto foi contra o Terruá?

Não foi.

Não foi porque bem ou mal a Secom está fazendo seu trabalho e até tomando para si uma tarefa que deveria ser da Secult. O que não impede de o Terruá ser neste
momento o melhor espaço para chamar atenção para os problemas da cultura na cidade. O ato de subir ao palco e ler uma carta com reivindicações, de fato, foi muito mais uma convocação aos injustiçados, aos insatisfeitos, aos humilhados do parque e os que ficaram de fora da festa.

Quem diz que os artistas erraram o endereço do protesto não entende nada do que está acontecendo. Não entende que esse momento é um momento de organização e de chamar quem não concorda com o que está posto para ingressar na horda de bárbaros formada há pelos menos 20 anos na sombra de um Estado sem uma política pública decente. Além do mais, a Secult está tão paralisada e letárgica que é difícil ter um evento do porte do Terruá feito por ela onde se possa invadir. Invadir a Feira do Livro? Invadir o Festival de ópera? São ideias, mas no momento o que se tinha era um Terruá transmitido ao vivo. Foi invadido e se quem esteve presente no Teatro não ouviu o clamor lá fora, depois da saíde, eu ouvi. E o clamor não apontava o secretário de Comunicação, mas o senhor Paulo Chaves, o capo da Secult.

Apesar das divergências, da vaidade própria da função, da falta de organização de anos, os artistas deram sim um bom exemplo de como cobrar por melhorias a sua categoria e por extensão à sociedade como um todo. Agora sabemos que não é um trabalho fácil, nem rápido, nem longe de tensões entre governo do estado, prefeitura e governo federal e dentro do movimento organizado de artistas. Um consenso sobre o que se deve ser feito com o grosso caldo de cultura do Pará, fermentado na veia de quem dá a vida pela arte, é necessário, mas não nascerá da noite pro dia.

Sugiro que os someliers de protesto saiam de suas cadeiras e ajudem o pessoal indo às reuniões e às reivindicações, colocando suas ideias pro debate. Não gostou que falem do Festival de Ópera e do Terruá? Acha que o alvo foi errado? Vá lá debater coletivamente e abone um segundo o universo umbiguístico que lhe cerca. É o mínimo que você pode fazer. O mínimo!

Eles convocaram uma nova reunião no Espaço Cuíra, às 17h, na quinta-feira. Vão lá se vocês tiveram coragem e alguma disposição.

Que haja mais protestos ainda. Que a Secult, a Fumbel e o Ministério da Cultura respondam as demandas e que Belém possa ser uma cidade oxigenada pela única energia que ainda pode varrer esse baixo astral que estacionou por aqui: a arte.

Pra quem estava esperando o carnaval chegar: tire a bunda da cadeira, deixe de reclamar em mesa de bar.

O carnaval chegou.






Artigo: Anderson Araújo
Comentário e Fotos: Jorge Anderson

7 de julho de 2013

NÃO FOI POR 0,20 CENTAVOS.




Muitos setores da sociedade brasileira nas últimas semanas despertaram para o que está sendo chamado de “o gigante acordou”. O povo brasileiro saiu de suas zonas de conforto, sejam elas das mais humildes as mais cheias de a preços de uma estabilidade moderna. Para ir às ruas e gritar aos quatro cantos do país: Vem pra rua, vem pra rua!
E esta sendo assim.
O que é louvável, pois, em um país que recentemente saiu de um sistema ditador. A democracia está sendo testada de fato agora. Doa a quem doer, a aceitação está ganhando fôlego e juntos estamos aprendendo a exercitar a democracia elaborada do papel de nossa constituição federal (1988) para as ruas. Não foi somente por 0.20 centavos. Foi pela espera da falta de reconhecimentos de ser cidadão renegados por tanto tempo.
O discurso de que “o gigante acordou” foi apenas um incentivo para que indivíduos pudessem alimentar a coragem e perde o medo de desabafar o que estava entalado em suas gargantas, para que pairassem em alto e bom som. Queremos direitos! Mas é válido ressaltar o cuidado. O cuidado para que nesse caminho, nós não nos percamos dos objetivos que fizeram os cidadãos  ganharem as ruas, indo as prefeituras, as câmaras, as secretárias e etc...ora desconhecidas por parte desses mesmos cidadãos que lá estavam. É preciso organizar as ideias e os discursos que são verbalizados pelas manifestações afora. É preciso esclarecer e dizer que “o gigante” não acordou agora. Ele já está há décadas acordado, como a sentinela que se mantém firme na segurança de uma fortaleza. É preciso fortalecer os guetos, os coletivos, os movimentos de luta, as pessoas. É preciso manter a chama acessa desses 0,20 centavos, para além das reivindicações alheias e formalizar uma sociedade objetiva, democrática e horizontal. Mostrando uma sociedade organizada, potencializada e com visíveis recursos de progresso.