8 de março de 2013

Juventude Brasileira e a Proposta de Programa Nacional de Juventude e Meio Ambiente




Adenevaldo Teles*

A Juventude enquanto etapa da vida só foi reconhecida recentemente. Juridicamente, antes da Proposta de Emenda a Constituição 42/08 também chamada de PEC da Juventude em 2010, só era possível ser criança ou adulto, não havia meio termo. Desde então, a cidadania adquirida pela Juventude suscitou a discussão de Políticas Públicas que buscam garantir a efetividade de direitos assegurados pelo texto constitucional. Políticas de mitigação à devastação ambiental e de juventude que começaram a se expandir ampliando a compreensão ambiental para um sistema sustentável.
O Programa Nacional de Juventude e Meio Ambiente é uma demanda da juventude brasileira que busca consolidar canais de participação da juventude na construção de um país mais sustentável. A atual proposta é resultante do acúmulo de processos como as Conferências Nacionais Infanto Juvenis pelo Meio Ambiente (CNIJMA), as Conferências Nacionais de Juventude (CNJ) e os Encontros Nacionais de Juventude e Meio Ambiente (ENJMA) que desde 2003 têm discutido e apontado importantes marcos. As duas ultimas Conferências Nacionais de Juventude tiveram apontamentos claros com relação à participação da juventude na agenda socioambiental.
Atualmente o Programa Nacional de Juventude possui como principais linhas de atuação a geração de empregos verdes ou trabalhos sustentáveis para a juventude do campo, das periferias urbanas e de todos os extratos sociais, garantindo-lhes o acesso ao conhecimento, à oportunidade de trabalho sustentável e o empoderamento de ações transformadoras locais que são condição para a adaptação aos modelos de produção e consumo mais condizentes com o cenário contemporâneo e o consequente enfrentamento da crise socioambiental e climática.
Instituído em 2012, o Grupo de Trabalho Interministerial é composto pelo Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Educação e Secretaria Nacional de Juventude e tem como objetivo definir estratégias para a criação da Política e do Programa Nacional de Juventude e Meio Ambiente, além de analisar e canalizar as atuais políticas voltadas ao tema para o mesmo propósito. Em janeiro de 2013 o GTI realizou duas reuniões iniciais, a partir de agora qualquer organização da sociedade civil ligada aos processos de construção do atual esboço do programa poderão ser chamadas.
Apesar de diverso, o esboço do programa ainda não possui partes essenciais como orçamento, planejamento e um plano de execução. Além disso, programas semelhantes apresentam excesso de burocracia, o que dificulta o acesso aos direitos já assegurados, por isso, é importante manter como essência a facilidade de acesso aos produtos do programa, o que acaba sendo tão importante quanto a sua formulação. Por fim, existem concepções internas a proposta do programa que precisam ser mais trabalhadas de forma a atualizar as necessidades presentes e futuras.
A Sociedade Civil, por meio de redes e organizações da sociedade civil, propõe como eixos de atuação uma educação humanizada e adaptada a concepções holísticas e transversais, com redução da carga de trabalho e garantia de participação às políticas diretivas do programa nos seus diversos níveis – municipal, estadual e nacional. Com formação para educadores populares e um sistema de comunicação e interação entre os jovens participantes.
Em março de 2013, após a primeira reunião extraordinária do Conselho Nacional de Juventude, o Grupo de Trabalho de Juventude e Meio Ambiente recomeçará os trabalhos tendo como objetivo acompanhar e apoiar a incidência do conselho nos trabalhos do GTI que esta trabalhando sobre o Programa Nacional de Juventude e Meio Ambiente.

* Adenevaldo Teles acompanha o Conselho Nacional de Juventude pela Rede Nacional de Juventude e Meio Ambiente

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