18 de dezembro de 2012

O AMOR E A RAZÃO


De:  Padre Antonio Vieira


Pinta-se o amor sempre menino.
Porque ainda que passe dos sete anos.
Como o de Jacob, nunca chega à idade de uso de razão.
Usar de razão, e amar.
São duas coisas que não se juntam.
A alma de um menino que vem a ser?
Uma vontade com afectos e um entendimento sem uso.
Tal é o amor vulgar.
Tudo conquista o amor, quando conquista uma alma.
Porém o primeiro rendido é o entendimento.
Ninguém teve a vontade febricitante.
Que não tivesse o entendimento frenético.
O amor deixará de variar, se for firme.
Mas não deixará de tresvariar, se é amor.
Nunca o fogo abrasou a vontade.
Que o fumo não cegasse o entendimento.
Nunca houve enfermidade no coração.
Que não houvesse fraqueza no juízo.

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