18 de outubro de 2010

Homossexualidade, Religiosidade e Poesia: Espetáculo " Ópera Profano- O Musical".


Esteve em cartaz entre os dias 14 e 17 de Outubro no Teatro Universitário Cláudio Barradas ( Jerônimo Pimentel com Dom Romualdo de Seixas - 546) a peça " Ópera Profano- O Musical", inspirada no texto homônimo do escritor Carlos Correia Santos, com Direção de Guál Dídimo e Haroldo França. A peça mistura religião, pornografia, prostituição e homossexualidade, misturando todos esses elementos em forma de um musical.
Na ocasião me recordo das "Dionisíacas em Belém" do Diretor José Celso que recentimente passou com a sua trupe da Uzina Uzona em um palco estádio montado na praça da bandeira, utilizando esse estilo de opereta mesclando diálogo e canto. O Ópera Profano é composta por 17 canções todas autorais pensadas especialmente para o espetáculo.

O barato dessa apresentação e que a execução das músicas e ao vivo conduzidas por Welliton Barreto-percussão), Guál Dídimo (Teclado), Armando Mendonça (Viola), E Ramón Rivera( Violão).

Na história um travesti Tota( Dário Jaime) as vésperas do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, furta a imagem da santa e se esconde em um cinema pornô. O motivo do furto é um outro travesti Baby (Léo Menezes) que vítima do vírus HIV, pedi a Tota a presença da Imagem de Nossa Senhora que agoniza doente. Com isso no desenrolar da drama vai aparecendo outro personagem frequentadores do local.

Para Carlos Correia ( Entrevista ao Jornal Diário do Pará):
" A peça coloca em cheque a relação da igreja com os excluídos. Por que essa hipocrisia? Ignorar ou Odiar alguém só porque é diferente é algo anticristão. É a mesma lógica cruel que permeia a condenação de outras atividades culturais ligadas á quadra nazarena. A festa da chiquita é menos valorosa que oCírio? Não. O Cine Ópera é o símbolo do universo sexual da cidade, assim como a santa é o símbolo do anseio religioso" disse.

- Conhecendo um Pouco o Cinema Ópera!

O Cine Ópera surgiu na segunda metade do século xx como um cine teatro, parte integrante do Arraial de Nazaré. Local de prestígio na época.
Foi somente após o fim da ditadura, que se voltou a exibição de produções adultas. Apesar do estigma de ponto de prostituição, hoje o Ópera e um dos últimos cinemas de rua de Belém.


* Um espetáculo polêmico, intrigante e quebrando estigmas conceituais.

Fotos: Divulgação

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