Belém do Pará rumo aos seus 400 anos.
Uma das obras mais polêmicas da capital do Pará, o BRT, está
a uma semana de ter a sua primeira fase concluída.
Suas obras foram iniciadas no ano de 2012 ainda na gestão de
Duciomar Costa (PTB), com o valor orçado em 430 milhões de reais, já
disponíveis pelo PAC 2 (como confirmaram a antiga e a atual gestão municipal).
O projeto, que por questões de politicagem ia contra os interesses do governo
do estado, de Simão Jatene, começou com fraudes já no processo licitatório. Das
30 empresas envolvidas com o edital (obscuro e com falta de informações),
apenas uma ficou até o fim e atendeu “a todas as exigências do solicitante”: a
Andrade Gutierrez, construtora favorita do então prefeito. Com um prazo de
conclusão de 24 meses, as obras começaram repletas de falhas e sem as devidas
licenças ambientais, permanecendo assim até o fim da gestão de Duciomar.
Na atual gestão municipal, de Zenaldo Coutinho (PSDB), foi
aberta uma nova licitação e a mesma construtora (a Andrade Gutierrez) saiu
vitoriosa, mesmo com todos os casos de fraude e corrupção. A prefeitura
pretendia entregar a primeira etapa do projeto em junho de 2013, porém, a
entrega da mesma, com todos os problemas, foi adiada o dia 12/01/14, data de
aniversário do município e ano eleitoral.
Em março de 2013, Zenaldo assinou um Termo de Ajustamento de
Conduta (TAC), que garantiu um financiamento de 312 milhões da Caixa Econômica
Federal e mais 100 milhões do Orçamento Geral da União, somados aos 82 milhões
da própria prefeitura (totalizando 494 milhões). Sendo assim, o projeto orçado
inicialmente em 430 milhões de reais e com recursos garantidos em sua maioria
pelo governo federal (por meio do PAC 2) será pago ainda mais caro pela
população. O prefeito alega que o antigo gestor, Duciomar Costa, não deixou os
recursos disponíveis para dar continuidade às obras.
Comparando o nosso BRT com projetos de outras cidades:
BRT Belém: 20 quilômetros de extensão – 494 milhões de reais
(atualizados);
BRT Manaus: 23 quilômetros de extensão - 290 milhões de
reais;
BRT Brasília: 43 quilômetros de extensão – 530 milhões de
reais.
De imediato nota-se a grande diferença referente ao custo em
milhões por quilômetro de obra.
O governo do estado, através do programa Ação Metrópole,
pretendia iniciar as obras do BRT na capital paraense entre os anos de 2013 e
2014 (ano do novo gestor municipal e eleições estaduais respectivamente) para
promover o atual prefeito e governador. Ambos do PSDB. Com a intervenção do
ex-prefeito de Belém em 2012, Duciomar Costa (PTB), os planos dos tucanos de
iniciarem as obras perto das eleições foram acabados, porém, com os ventos
soprando a favor, as obras do BRT e outras que compõem o Ação Metrópole (como o
faraônico prolongamento da avenida João Paulo II) serão uma das principais
armas para a tentativa de reeleição de Simão Jatene e para o aumento da
popularidade de Zenaldo Coutinho.
O projeto completo (que deveria ser entregue ainda neste
ano) será entregue somente em 2016 (ano de eleições municipais) e a um custo
que poderá ultrapassar os atuais 494 milhões. Quanto a sua durabilidade? Não se
sabe por quantos anos o BRT será útil às condições de Belém, apenas que não
será por muito tempo. Pois, com a ausência de obras de mobilidade urbana
eficazes e falta de seriedade durante as execuções (onde prevalecem os
interesses políticos), a população (já desprovida, em sua maioria, de
conhecimento e respeito dentro e fora do trânsito) continuará a achar que a
aquisição veículos particulares é a solução para a falta de investimentos no
transporte público.
Fonte: Anonymous Pará
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