# Você não precisar ser um Homossexual para entrar na luta, e combate a Homofobia no Brasil e no Mundo!
Nesta quinta-feira, 17, é comemorado o Dia Internacional de
Combate à Homofobia, data escolhida devido à exclusão de homossexuais da
Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com
a Saúde (CID), publicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1990.
Atualmente, a homossexualidade é um assunto muito discutido, assim como a
homofobia, que ainda é muito presente na sociedade.
O professor Wilson Ataíde, do Instituto de Ciência Jurídicas
(ICJ) da Universidade Federal do Pará (UFPA), explica que os LGBTs (lésbicas,
gays, bissexuais, travestis, transexuais e simpatizantes) fazem parte dos
Grupos Vulneráveis, que são aqueles compostos por mulheres, índios, negros,
portadores de deficiências, entre outros, mas, diferente deles, os LGBTs não
possuem uma legislação própria que trate dos seus direitos.
Segundo o professor, “o Estado brasileiro ainda é muito
homofóbico”. Ele exemplifica esta afirmação relembrando do kit anti-homofobia,
elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), em 2011, visando ser distribuído
para alunos de ensino médio, mas teve a sua veiculação proibida pela atual
presidente Dilma Rousseff.. O professor Wilson diz que a homofobia “seria menor
se houvesse uma legislação tratando dos direitos dos LGBTs.”
Academia - Além dos LGBTs não possuírem uma legislação
própria, algumas academias não tratam o assunto de uma maneira ampla. “Na UFPA,
existe o Movimento Orquídeas, que é um movimento universitário em defesa da
diversidade cultural. Fora isso, existem dissertações e teses de mestrados e
doutorados que tratam dos LGBTs e da homofobia, mas há uma carência muito
grande no que envolve disciplinas que abordam os Direitos Humanos LGBTs. Essas
disciplinas se enquadrariam, perfeitamente, no curso de Direto ou de Ciências
Sociais.”, afirma o professor Wilson.
Mídia - A homofobia, por mais que seja ainda muito presente,
tem diminuído, devido à influência da mídia. A mídia denuncia casos de
violência contra casais homossexuais, discute sobre a união homoafetiva, mostra
as relações nas novelas, entre outras coisas. Isso “ajuda a combater a
homofobia no espaço público. Antes, os casais homossexuais tinham medo de fazer
demonstrações de carinho em público, agora, eles possuem uma maior abertura
para isso. A mídia tem esse poder e ela ajudaria, ainda mais, se abrisse mais
espaço para os porta-vozes dos grupos LGBTs, que apresentariam a necessidade da
criação de uma legislação para eles.”, diz o professor.
Muitos paradigmas estão sendo quebrados, mas ainda há muita
luta pela frente, como no que diz respeito a certas profissões. “Alguns
segmentos da sociedade, como transexuais e travestis, não possuem empregos
formais. Nunca vemos eles trabalhando em lanchonetes ou em lojas pelo shopping,
isso faz com que, muitas vezes, acabem se prostituindo para sobreviver. Eles
precisam de Políticas Públicas no campo do trabalho”, conta o professor Wilson.
Texto: Paloma Wilm – Assessoria de Comunicação da UFPA
Arte: Reprodução /Google
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