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Nós, jovens educadoras e educadores populares,
integrantes de movimentos populares: rurais, urbanos, culturais hip-hop, LGBT,
mulheres, negras e negros, indígenas e outros; oriundas/os dos diversos
recantos do Brasil, reunidas/os no I Encontro Nacional de Juventudes da Rede
de Educação Cidadã (RECID), no Centro de Formação do CIMI, em Luziânia-GO,
entre os dias 31 de janeiro e 03 de fevereiro de 2013, consideramos que:
A América Latina vive hoje um
contexto de disputa de projetos.
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Um
projeto, representado pela ALBA, que defende uma integração soberana da região,
em contraposição direta ao imperialismo e em favor dos povos. São países que
representam este projeto, principalmente: Venezuela, Cuba, Equador, Bolívia,
Nicarágua.
·
Um
segundo projeto que chamamos de sócio-desenvolvimentismo, cujos principais
representantes são Brasil, Argentina, Uruguai e Peru. Como característica deste
projeto, temos o esforço para o desenvolvimento econômico com distribuição de
renda, mas sem promover as reformas estruturais de interesse dos povos.
·
O
terceiro projeto é de submissão total ao capital financeiro, pregando o Estado
mínimo e a retirada de direitos trabalhistas e sociais. A este projeto chamamos
de neoliberalismo e é puxado principalmente por: Colômbia, Paraguai, Chile e
México.
Neste contexto assumimos a defesa de um projeto político para o Brasil
identificado com a integração soberana dos países latino-americanos, com
realização de reformas estruturais (reforma política, reforma urbana, reforma
agrária, democratização da comunicação etc) que beneficiem o povo brasileiro.
Este projeto chamamos de Projeto Popular para o Brasil.
Contudo, vivemos um momento de descenso das lutas populares, onde as mesmas
ainda se encontram fragmentadas e enfraquecidas. Isto é, mesmo acontecendo
várias lutas isoladas – algumas vitoriosas – ainda é necessário unificarmos
estas lutas em torno de um horizonte político comum para sermos capazes de
alterar a correlação de forças.
Entendemos que as juventudes são sujeitos importantes para alterar este quadro
de descenso e acumular forças para a construção de um Projeto Popular para o
Brasil.
Apesar da construção de diversas políticas direcionadas às juventudes (criação
do conselho nacional de juventude, das conferências, expansão de vagas e
inclusão no ensino superior, entre outras), as mesmas ainda estão sendo
exterminadas nas grandes cidades, encontram-se em condições precárias para
permanecerem no campo, tem pouco acesso a uma educação de qualidade em todos os
níveis, entre outras dificuldades vividas pela grande maioria das/os jovens no
Brasil.
Acreditamos que a garantia de uma vida digna para as juventudes do Brasil se
efetiva pela construção de um Projeto Popular que seja fruto da ampla
mobilização do povo. Para isso, afirmamos nosso compromisso de:
No campo da formação:
→ Construir espaços de formação política a partir
das diferentes realidades e que contemplem o estudo da mesma, o aprofundamento
teórico e os saberes populares, como os cursos Realidade Brasileira, jornadas
pedagógicas, etc; com os temas de Agitação e Propaganda, resgate da cultura e
identidade dos jovens, entre outros.
→ Elaborar um material de subsídio para oficinas de
formação sobre o Projeto Popular para o Brasil junto aos grupos de base.
No campo da organização:
→ Fortalecer o trabalho de base e promover
encontros de juventude macrorregionais e estaduais, com objetivo de
aprofundarem os temas da formação e identificar as possibilidades de lutas
comuns.
→ Criar GT's de juventude estaduais e nacional e
fortalecer o diálogo entre as pessoas de referência em cada estado.
→ Buscar parcerias com outros movimentos e grupos
na perspectiva de promover a troca de experiências e unificar as lutas das juventudes
em torno do Projeto Popular para o Brasil.
No campo das lutas:
Fortalecer todas as lutas que contribuam com a construção de reformas
estruturantes e garantia dos Direitos Humanos à luz do Projeto Popular para o
Brasil, em conexão com as realidades e demandas locais. Em especial:
→A campanha contra a violência e o extermínio das
juventudes e da juventude negra e pela vida.
→Contra o racismo.
→A campanha contra a redução da maioridade penal.
→Por um Projeto Popular para a Educação, incluindo
a defesa dos 10% do PIB para a educação pública.
→Pela igualdade de gênero e de orientação sexual.
→Pelo Estatuto da juventude.
→Pelo Passe Livre.
→Pela ampliação das políticas sociais e culturais,
com mais recursos públicos e desburocratização do acesso (editais e marco
regulatório das OSCs).
→Luta contra as privatizações de serviços públicos
(saúde, educação, sistema penitenciário etc.)
→Luta pela valorização e garantia de direitos dos
povos e comunidades tradicionais.
→A campanha contra os agrotóxicos e pela vida além
das práticas agroecológicas.
→Luta pela democratização dos meios de comunicação.
Após estes quatro dias de muita formação, mística e animação, concluímos que,
onde estivermos, nossa principal luta é a defesa da V I D A. Voltaremos para
nossos estados com o compromisso de partilharmos esta vivência junto aos
companheiros e companheiras que lá ficaram. Com disposição renovada para
enfrentarmos estes desafios, estaremos cada vez mais próximos de nossos
objetivos. Hoje, temos a certeza de podermos dizer: os desavisados que se
cuidem, pois na nossa voz já se anuncia a manhã desejada!
Juventudes que ousam lutar,
constroem o poder popular!
Fonte: REJUMA
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