15 de novembro de 2010

Dedo Gelatinoso

Eu não tinha controle sobre o mundo gelatinoso da qual pela primeira vez estava visitando. Me permitiram escolher uma parte de meu corpo para investigar esse mundo estranho.Onde não existiria nenhuma possibilidade de volta, aparti do momento em que entrasse.
Escolhi apenas um dedo e a ele foi oferecindo uma proteção impermeável capaz de acolher profundamente aquele corpo/mundo prazeroso.
O tempo corria atrás de mim brutalmente como em uma caça! - Como eu gostava, de ter em um único dedo a sensação de dominação amorosa.
Era um mundo escuro e em desenvolvimento, um ser desprotegido e ao mesmo tempo acessível a todas as enfluências perversas igual ao de um moço sonhador, andante e que não sabe o que quer?
Meu coração batia acelerado naquele mundo, à essa altura já era possível sentir a superfície do corpo. Era gelatinoso.
Penetrei vagarosamente ainda com medo, fui ganhando confiança e sentindo as vibrações opostas que viam em minha direção. Parei, olhei e continuei...
Ouvir gritos!
Meu dedo escolhido para tal aventura não respondia mas aos meus comandos, ganhou vida própria e independência subjulgando a todos com palavras incorretas e malditas. Estava possuído!
Na tentativa de resgatar o pouco de dignidade que me restava, puxei-o dá imensidão gelatinosa e quente, dando por encerrada a desventura estranha, prazerosa, obscura e contagiante daquele corpo. Que por alguns instantes foi só meu.
Meu.

Por: Bruna Maria.

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