20 de novembro de 2010

Antes...

Naquela noite silenciosa e sombria meu corpo alucinado e calejado de um insuportável dia. Simplesmente queria ser levado para as profundezas silenciosas do amor.


Havia um pequeno barulho que quebrava a morbidez insólita e nojenta da cadeira encontrada para o repouso de meus pensamentos.

Passaram-se horas e lá me encontrava estática como em moldura a ferro e bronze, pronta para a extração, produção e consumo em matérias inanimadas que satisfazem a vontade alheia e elevam egos capitais.

Na sombridade misteriosa daquela noite, reparei algo superficial ao tocar na superfície miraculosa ofuscante e demasiadamente morta sobre meu corpo. Não saberia explicar para mim mesma o que de fato seria esse corpo subjugado e inerte frente a mim.

Rapidamente olhei para fora, havia uma pequena brecha sobre a porta onde era possível verificar a pigmentação azulada e estrelada do infinito céu. Em súbito minhas atenções se voltaram ao corpo morto e intocável à isalar um suave odor de ignorância e repulsa sobre mim.

Antes...

Sentia um prazer insaciável sobre ele, onde ao me convidar para a sua dança particular e envolvente, foi capaz de abrir com violência meu ego de insensatez de forma destorcida, mas ao mesmo tempo existencial.

Sair feito uma borboleta nova minutos depois de se libertar do casulo, sem saber qual caminho tomar.

Naquela noite silenciosa e sombria... sentia sobre meu corpo a dura realidade de amar.

Por: Bruna Maria.

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