Adolescentes e Jovens participantes do Programa: Juventude,
Participação e Autonomia, debatendo o tema.
Dos telejornais aos diários impressos, os brasileiros
recebem uma gama de informações, muitas vezes sensacionalistas, que constroem
falsas realidades. No jogo pautado pela lógica do espetáculo, muitas são as
vítimas deste tipo de cobertura jornalística.
Adolescentes e jovens, vítimas da omissão do Estado, eles
aparecem diariamente nas manchetes como se fossem a grande causa da violência
urbana. A cada novo ato cometido, um bombardeio de julgamentos equivocados é
proferido pelas telas da TV, dando munição aos políticos defensores da proposta
de redução da maioridade penal e ajudando a formar opiniões como as da
estudante universitária Alessandra Farias, de 20 anos.
“Eu sou a favor (da redução), porque hoje em dia as pessoas
começam muito cedo a cometer crimes. Se elas têm idade suficiente para cometer
tais crimes, também devem ter idade para pagar por eles”. O posicionamento da
Alessandra faz eco com o pensamento de parte da sociedade que responsabiliza os
adolescentes pelas mazelas sociais existentes.
Sem esporte, lazer, cultura, saúde e educação de qualidade,
é quase impossível apresentar à juventude, sempre dotada de sonhos e desejos,
alternativas ao mundo da criminalidade. Diante da incapacidade do poder público
de responder aos problemas da sociedade, vimos nos últimos 30 anos um aumento
real de 124% da violência, que cresceu 4 vezes mais do que a população. Nesse
período, o índice de homicídios subiu de 11,7 para 26,2 a cada 100 mil habitantes,
segundo o Mapa da Violência de 2012. Os números superam, inclusive, os de
países que enfrentam disputas territoriais ou até mesmo guerras civis.
Curiosamente, a juventude pobre e negra é a mais penalizada.
Este quadro demonstra que reduzir a maioridade penal está longe de ser uma
solução consequente para esses problemas. “Qualquer pessoa que pense o Brasil
sob a perspectiva de uma sociedade de homens e mulheres livres será contra a
redução da maioridade penal. Na contra mão do encarceramento precoce devemos
ter a luta pela garantia de educação de qualidade, lazer, acesso à cultura e
direito à convivência familiar e comunitária saudável”, afirmou o assistente
social, especialista em políticas públicas, David Vieira.
Por apostar na justiça social, o povo brasileiro deve
combater os problemas nas suas raízes. Lutar pela implementação de políticas
públicas e pela efetivação das medidas presentes no Estatuto da Criança e do
Adolescente podem ser um bom caminho para a construção do Brasil novo, justo e
igualitário!
Por: Diego Teófilo -
Educador do Instituto Universidade Popular,
Bruno Vito e Jairo Amaral –
Participantes do Programa: Juventude, Participação e Autonomia e RENAJOC (PA).
Breno
Mendes – Assessor de Comunicação da UNIPOP
Fonte do blog: http://jpaemrede.blogspot.com.br/
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